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Leituras essenciais para o CACD | Indicações e comentários dos professores

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Estimadas e estimados aspirantes a diplomata,

Uma das perguntas mais comuns entre aquelas e aqueles que se lançam à jornada de preparação para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomata (CACD) é: “quais livros e conteúdos devo ler para construir e consolidar meus estudos em cada disciplina do certame?”

Certamente, todos vocês já se questionaram sobre isso em algum momento da vida “ceacediana”, não é mesmo?

Para início de conversa, meus caros, faço questão de frisar que essa é uma dúvida absolutamente normal e compreensível, até mesmo para os estudantes que já estão se preparando há algum tempo. Afinal de contas, uma das principais marcas do CACD é a sua multidisciplinaridade, isto é, a junção de conhecimentos de várias disciplinas – das quais algumas se diferem bastante de outras. Há, portanto, uma grande atmosfera de livros, artigos, periódicos, entre outros materiais, na qual os CACDistas têm de sobrevoar e desbravar na busca dos conhecimentos necessários em cada matéria.

No intuito de dar-lhes um empurrãozinho para decolar e aprumar esse voo, recorri, mais uma vez, ao nosso time de professores especializados no concurso para trazer a vocês as orientações de leituras essenciais em todas as disciplinas! A compilação segue abaixo, pupilos, com as indicações bibliográficas e os comentários dos mestres e mestras, para que vocês tenham o melhor aproveitamento no aprendizado dos conteúdos.

Confiram e façam ótimo proveito! 🙂

 

 

Direito Internacional – Professor Guilherme Bystronski

O livro que recomendo, em particular para os alunos iniciantes, chama-se Direito Internacional Público e Privado (https://bit.ly/2WSS5JG). É do Paulo Henrique Portela, que já foi diplomata. É a obra no Brasil que mais se aproxima das exigências da minha disciplina no contexto do CACD. Ao invés de ficar mencionando posições pessoais, ele se preocupa em verificar quais posições são majoritárias, e traz questões de concursos para mostrar como temas de DIP são cobrados aqui no Brasil.

Indico outro livro para ser lido, em particular para os alunos que desejam aprofundar sues estudos para a 3a Fase do CACD – o International Law do Malcolm Shaw. A edição mais recente em inglês é a oitava (https://amzn.to/2A1dhE4), mas há versão em português publicada pela Martins Fontes (https://bit.ly/2Tu2FEO). Essa tradução foi feita em cima da sexta edição dessa obra, mas não está tão desatualizada assim. E para aqueles que têm dificuldade com termos jurídicos, especialmente em inglês, essa versão é a recomendada.

Gosto de sempre mencionar essa obra porque ela proporciona ao candidato uma visão do DIP muito mais alinhada com a prática dos órgãos internacionais que participam junto com os Estados na criação e aplicação do Direito Internacional do que aquela proporcionada por livros aqui no Brasil. Como a prova de DIP de 3a Fase exige do candidato maior profundidade nas discussões, conhecer, por exemplo, o posicionamento de tribunais internacionais e de tribunais de outros países sobre os temas mais relevantes nessa disciplina faz toda a diferença na hora de elaboração da resposta.

Abraços,

Guilherme

 

Direito Interno – Professor Ricardo Macau

No CACD, a preparação em Direito Interno pode ser resumida na seguinte frase “menos é mais”!

Isso porque o concurso preza por objetividade e precisão na aplicação dos conceitos e raciocínios jurídicos relacionados aos temas do edital. O ideal é realizar leituras de obras especializadas para concursos públicos, que deixam o “juridiquês” de lado e que tratam dos assuntos com clareza e preocupação em alertar os candidatos sobre as “pegadinhas” e pontos de maior incidência em provas.

Duas obras são recomendadas em Direito Interno: “Direito Constitucional Descomplicado” e “Direito Administrativo Descomplicado”, ambas de autoria de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo.

Agora, vem o mais importante… procure estudar por edições recentes desses livros. Evite ler o conteúdo por meio de edições muito antigas, porque a banca certamente pode cobrar temas que sofreram alterações nos últimos anos (seja mudanças legislativas, seja novos entendimentos jurisprudenciais).

E, por último, é preciso lembrar sempre que “livro de concurso não é romance”… Isso significa que não é necessário estudar todos os capítulos para entender a matéria cobrada no CACD. É imprescindível estudar essas duas obras indicadas em consonância com o último edital do concurso, o que permitirá identificar de modo “cirúrgico” e orientado quais capítulos de cada uma das duas obras referidas precisam efetivamente ser estudados.

É isso! Bons estudos e sucesso no concurso a todos!

 

 

Professora Vivian Almeida

O início dos estudos sobre Economia demanda algumas etapas para ser efetivo. Num primeiro momento, o reconhecimento sobre o que é Economia, qual objeto de estudo e instrumentos de análise que a teoria utiliza para propor soluções para questões econômicas e sociais. Assim, nossos estudos iniciam com manuais clássicos e amplamente utilizados, como os manuais introdutórios do Mankiw e do Krugman. Tipicamente, iniciamos os cursos de Economia com a análise Microeconômica. Nessa parte, apresentamos o processo de toma de decisão e os efeitos na vida de consumidores e produtores. Nessa parte, os livros de Microeconomia do Pindyck e do Varian são mais utilizados. Direcionando os estudos para a Macroeconomia e, portanto, para o entendimento de variáveis agregadas, podemos listar como leituras essenciais o Manual de Macroeconomia de Olivier Blanchard, bem como o Manual de Macro da USP.
E, com o arcabouço teórico desenvolvido nas aulas de Micro e de Macro, podemos avançar para Economia Brasileira em que os livros Ordem do Progresso e Economia Brasileira Contemporânea são leituras obrigatórias para êxito nos estudos.

Fontes:

  1. Mankiw, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2009.
  2. Krugman, Paul, and Robin Wells. Introdução à economia. Vol. 3. Elsevier Brasil, 2016.
  3. Varian, Hal R. Microeconomia-princípios básicos. Elsevier Brasil, 2006.
  4. Pindyck, Robert S., Daniel L. Rubinfeld, and Esther Rabasco. Microeconomia. Pearson Italia, 2013.
  5. Blanchard, Olivier, et al. Macroéconomie. Vol. 3. Pearson Education, 2001.
  6. Lopes, Luiz Martins, and Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos. “Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário.” (2008).
  7. Abreu, Marcelo de Paiva. “A ordem do progresso: dois séculos de política econômica no Brasil.” São Paulo: Campus (2014).
  8. Giambiagi, Fabio, and André Arruda Villela. Economia brasileira contemporânea. Elsevier Brasil, 2005.

 

 

Professor João Felipe Ribeiro

O nome do livro é A natureza do espaço, do Milton Santos. Geografia não tem um livro-base; não há um livro de Geografia que dê conta do programa ou da maior parte do programa. O programa tem 7 itens e, na verdade, esse livro “A natureza do espaço” é bom porque serve de embasamento. Ele trabalha com os conceitos fundamentais da Geografia, e acaba sendo importante – pensando no concurso como um todo, tanto no TPS [Primeira Fase], quanto na prova discursiva [Segunda Fase] – porque ele traz o CACDista, o candidato, para o ambiente geográfico, para o universo geográfico, para a linguagem geográfica. Então, ele trabalha os conceitos; o Milton Santos faz um trabalho muito denso em cima dos conceitos fundamentais (de espaço, lugar, território, região, paisagem). E, por mais que seja uma leitura difícil, ela é muito importante para solidificar, para dar uma base melhor para o que o candidato vai ter que fazer na preparação no restante do programa. Depois, ele vai ter que procurar outras leituras, para população, urbanização, geografia agrária, geografia política. Esse [A natureza do espaço] é um livro de embasamento. Ele também não dá conta do programa, mas, na verdade, ele é um alicerce para as outras leituras que o candidato tem que fazer.

 

 

História do Brasil – Professor Marcus Dezemone

Escolher um único livro para indicar como essencial à preparação para o CACD é uma tarefa muito difícil. Por essa razão, peço licença para trapacear, com a melhor das intenções, indicando uma coletânea composta por cinco volumes, em linguagem acessível e ao mesmo tempo atualizada com a historiografia recente.

A obra em questão é História do Brasil Nação, dirigida por Lília Moritz Schwarcz, com o ambicioso objetivo de contemplar o longo recorte temporal iniciado em 1808, que se entende até 2010.

Para vencer o desafio da extensa temporalidade, cada livro se concentra num período específico, com organização de um especialista reconhecido, responsável por escrever a introdução ao volume. O primeiro livro trata da Crise Colonial e da Independência, da transferência da sede do Império Português aos anos finais do Primeiro Reinado, sendo organizado pelo embaixador Alberto da Costa e Silva. No segundo volume, o historiador José Murilo de Carvalho, membro da Academia Brasileira de Letras, reuniu acadêmicos para apresentarem o cenário da Construção Nacional, do conturbado Período das Regências até o fim do Segundo Reinado, com o fim da escravidão e a proclamação da república. A Primeira República, de 1889 a 1930, é o período em tela no terceiro volume, sob organização da própria Lilia que dirige a coletânea. Os dois últimos livros abordam recortes muito amplos, não tanto pela cronologia, mas pela complexidade: da Revolução de 1930 ao Golpe de 1964, com a coordenação de Angela de Castro Gomes, e da crise dos anos 1960 até 2010, sob os auspícios de Daniel Aarão Reis Filho. Ambos discutem as transformações aceleradas pelas quais o país passou, com urbanização e industrialização, autoritarismo e democracia.

A estrutura de cada livro é a mesma, sempre com 5 artigos, dedicados à população e sociedade, política interna, política externa, economia e cultura. Os artigos sobre polícia, economia e política externa são leituras obrigatórias, tendo sido utilizados como textos de questões objetivas e discursivas desde a publicação da primeira edição em 2011.

Por tudo isso, a coletânea História do Brasil Nação é obra indispensável aos que estão iniciando seus estudos, revisando sua preparação ou buscando aprofundamento para as provas do CACD, auxiliando inclusive em outras disciplinas, como História Mundial, Economia e Política Internacional. É investimento necessário e altamente recomendável a todos que pretendem conciliar rigor acadêmico com clareza para o estudo da história nacional.

 

História Mundial – Professor Daniel Araújo

Um dos livros fundamentais para a preparação ao CACD é o História das Relações Internacionais Contemporâneas, organizado pelo professor José Flávio Sombra Saraiva. Nessa obra, quatro autores fazem análises panorâmicas sobre diversos assuntos que estão sempre presentes nos TPS, que vão desde o Congresso de Viena até os tempos atuais. Alguns capítulos apresentam conteúdo bastante denso, como o “Apogeu e colapso do sistema internacional europeu (1871-1918)”, escrito por Wolfgang Dopcke, que desperta interesse sobre um assunto que muito é cobrado nos TPS. Sem dúvidas, é uma das obras de referência para a preparação do candidato nos assuntos relacionados a História Mundial.

 

 

Professor Paulo Velasco

Em Política Internacional, diferentemente de outras disciplinas para o CACD, não existe um manual de referência. Isso em função, sobretudo, do perfil da prova, que foca muito em temas contemporâneos da realidade internacional e deixa obsoleto, em pouco tempo, qualquer livro candidato a manual. Apesar dessa característica singular, é possível apontar dois livros fundamentais na preparação para a prova de Política Internacional: o super conhecido História da política exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, e Relações Internacionais do Brasil: temas e agendas, de Antonio Carlos Lessa e Henrique Alternai de Oliveira.

O primeiro dá uma base importante no conhecimento da evolução histórica e conceitual da política externa brasileira e o segundo (dividido em dois volumes) traz análises fundamentais das relações bilaterais do país e da sua atuação em distintos espaços e agendas multilaterais, embora já esteja defasado por não sofrer nenhuma revisão ou atualização há muitos anos. Para compensar essa rápida obsolescência dos livros de Política Internacional, recomenda-se fortemente a leitura de periódicos especializados, sobretudo aqueles que contam com a contribuição de diplomatas brasileiros e permitem um acompanhamento dos permanentes ajustes e novidades ocorridos na esfera internacional e na atuação diplomática do Brasil, com destaque para a Cadernos de Política Exterior, publicação do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão (IPRI – FUNAG).

 

 

Professora Isabel Vega

Olá, meninas e meninos!

Não consegui escolher um livro só e ficar em dois já foi difícil.

Indico o Vários escritos, do Antonio Candido, e Leituras brasileiras, de Mariza Veloso e Angélica Madeira. Os dois tratam de Literatura brasileira, mas com enfoques diferenciados.

O primeiro prioriza autores, como Machado de Assis, Drummond e Guimarães Rosa, entre outros. Com o estilo claro e envolvente de Candido, os ensaios são lidos de modo bem prazeroso, acrescentando muitas informações acerca dos estilos pessoais, de época e das obras.

O segundo traz, como eixo transversal, o tema da identidade brasileira, abordando as obras de pensadores que contribuíram muitíssimo para essa discussão, como Mário de Andrade, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

As duas leituras são importantíssimas e interessantíssimas para o CACD.

 

 

Professor Rodrigo Armstrong

Seguem duas recomendações quanto a livros para a prova de inglês.

O primeiro é Elements of Style (https://amzn.to/3g9HjpP), o livro mais usado no que concerne a recomendações sobre como escrever bem em inglês. Está entre os dez livros mais lidos nas universidades americanas, junto a obras de autores como Adam Smith, Platão e Darwin. É essencial para uma escrita concisa e objetiva.

O outro livro é The Sense of Style (https://amzn.to/2zWsMxa), uma abordagem moderna da boa escrita em inglês, por Steven Pinker, renomado professor de linguística e psicologia da Harvard e do MIT. Ele desenvolve e atualiza as ideais contidas no The Elements of Style.

 

 

Professor Juan Martín

Olá futura e futuro “cacdista”, ¿cómo estás? Deseo que muy bien.

Hoje vim para te trazer uma dica que considero muito importante na sua preparação para o estudo da língua espanhola para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Estou me referindo duas produções linguísticas que ajudarão você no seu objetivo de aprovação.

A primeira é a obra “Gramática didáctica del español”, de Leonardo Gómez Torrego. O livro resolve dúvidas gramaticais com explicações claras e vários exemplos e soluções (que estão no final). É muito fácil de usar, pois está organizado sob a forma de arquivos e índice temático que vai apresentando o conteúdo indispensável da gramática espanhola. Temas como os determinativos (possessivos, demonstrativos), pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções, ortografia, acentuação e pontuação, dentre outros tópicos apresentados que integram a morfologia e sintaxe, elementos fundamentais que são cobrados na prova do CACD.

 

 

Por outro lado, um outro livro que considero irá ajudar você no entendimento das interferências entre o espanhol e português, á a tese doutoral da autora Gisela Massana Roselló“La adquisición de la competencia traductora portugués – español: un estudio en torno a los falsos amigos” (editorial “UAB – Universidad Autónoma de Barcelona) o qual, embora seja uma tese doutoral,  especificamente no seu capítulo 3, apresenta uma interessantíssima classificação dos “falsos amigos”, mas num formato onde se pode apreciar as principais distorções entra ambas as línguas: falsos amigos ortográficos, morfológicos, sintáticos, semânticos, pragmáticos, culturais, dentre outros.

Espero haberte ayudado con estos consejos útiles y que te sirvan en tu preparación.

Atentamente,

Prof. Juan Manuel Martín

 

 

Professor Frédéric Estève

A prova de Língua Francesa no CACD consiste em dois exercícios: 1 de resumo em Francês de um texto em Francês, de registro jornalístico e sobre um tema atual geralmente referente à França; 1 de versão em Francês de um texto em Português. O nível exigido para realizar tais provas é bem alto e necessita um domínio amplo do vocabulário, gramática, conjugação e morfossintaxe francesa. Para alcançar tal nível e aumentar seu vocabulário, são necessárias leituras regulares de jornais de língua francesa, assim como o estudo ou revisão profundos das regras e estruturas da língua.

Para tal efeito, existe um livro de referência « Grammaire Progressive du Français – Perfectionnement », editora CLE (capa marrom), que abrange desde o nível intermediário até o nível além do avançado, permitindo assim conhecer ou revisar toda a gramática e estrutura da língua exigida na prova. Para quem inicia na língua, existe na mesma coleção a versão « débutant ». A leitura deste livro, organizado de forma progressiva e por tema e assunto específico, vai providenciar uma melhor compreensão do texto em francês, assim como fornecerá as estruturas necessárias para elaborar o resumo e entender os paralelos e diferenças entre as línguas portuguesa e francesa, para poder construir sua versão.

Ao mesmo tempo, as leituras regulares de jornais de língua francesa continuam fundamentais para ampliar seu vocabulário. Bon examen de Français!

 

 

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