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Sabatina do Barão | Língua Portuguesa – Gabarito comentado #2

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Aqui está o gabarito comentado da nossa sabatina de Língua Portuguesa!

No vídeo abaixo, vocês podem conferir as explicações e comentários da caríssima professora Isabel Vega sobre a questão de interpretação referente ao texto “Soberania”, de Manoel de Barros. Assistam e tomem nota!

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QUESTÃO:

Texto: Soberania

              Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das ideias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo — o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.

Manoel de Barros. Soberania. In: Memórias Inventadas – A Terceira Infância.

 

Acerca das ideias desenvolvidas no texto e dos seus aspectos gramaticais, julgue os itens abaixo.

I. Depreende-se do texto que o autor, após estudar Einstein, passou a desprezar o conhecimento formal, erudito, a fim de valorizar aquilo que concluiu ser o mais importante, a imaginação.

II. É correto afirmar que, em “Mas que esses vareios acabariam com os estudos”, o emprego do termo “com os estudos” é responsável por gerar duplo sentido, visto que pode ser interpretado como termo integrante ou acessório do verbo acabar.

III. Também atenderia à prescrição gramatical a reescrita do trecho “Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra.” da seguinte forma: Achei que os eruditos, em suas altas abstrações, esqueciam das coisas simples da terra.

IV. É correto afirmar que a fraseBotei um pouco de inocência na erudição.” sintetiza a estética literária do autor, caracterizando a base metalinguística do texto.

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Comentários da professora:

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GABARITO: ECEC

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Continuem treinando com orientações da professora, no modelo da prova objetiva de Língua Portuguesa no CACD! 

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Colaboração especial neste post:

Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É professora de Língua Portuguesa na preparação para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) e nos demais cursos da área de Diplomacia e Carreiras Internacionais do Clio – Damásio.

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