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CACD 2019 | Análise da mudança da banca e seu impacto em Geografia

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Pelo professor João Felipe Ribeiro*

 

Ainda não dá para ter a dimensão dos impactos da mudança da banca CESPE para IADES na prova de geografia, mas é possível traçar algumas estratégias de preparação mesmo antes de termos o edital com informações mais detalhadas do que tende a ocorrer.

Para decidir o que fazer nas próximas semanas, é importante avaliar qual é o nível de preparação do candidato nessa estrada complicada que é o CACD e analisar o histórico da prova de geografia no concurso.

Candidatos que estão com pouco tempo de preparação podem continuar utilizando o programa do concurso, até que o edital defina se também vai haver mudança programática. Um ajuste imediato que pode ser feito por quem está nessa situação é privilegiar leituras e questões de abordagem mais técnicas, de cunho mais descritivo e menos social. Esses candidatos podem olhar as questões das provas de 2008, 2009, 2010 e 2011 como referência para o que pode ocorrer esse ano.

programa que vem sendo utilizado nos últimos anos foi lançado em 2008. Ele é bem completo e os seus 7 itens contemplam parte expressiva dos estudos de geografia no campo político, humano, sócio econômico e ambiental.

As provas do Cespe são tradicionalmente difíceis, com um grau de profundidade expressivo. Nos últimos 5 anos, notadamente nos 3 últimos, a  prova passou a privilegiar abordagens sociais, privilegiando conflitos por uso do território e impactos sócio ambientais, o que não ocorria nas provas de 8, 10 anos atrás. É provável que essa abordagem recente deixe de ocorrer, por isso a sugestão para olhar provas mais antigas, que eram menos críticas.

Os candidatos que estão “há mais tempo na estrada” devem esperar uma prova em que parte do conhecimento mais profundo adquirido nesses anos não deve ser tão útil na prova objetiva. Se isso realmente ocorrer eles perdem uma vantagem adquirida, mas devem considerar que eles possuem menos lacunas de conhecimento geográfico, o que não deve ser desconsiderado.

O que fazer então nesse período ainda sem informações mais detalhadas?

Eu apostaria numa “horizontalização” do estudo, notadamente de geografia do Brasil.

Vou pegar como referência candidatos que fizeram o nosso curso Diplomacia 360°. Esse é um curso de 40 aulas de quase 2 horas. Ele é muito completo e abrange o programa vigente que, como disse, é muito amplo. Esses candidatos já estão em nível de preparação alto e com grau de profundidade elevado. Qual o risco? Uma guinada para uma prova muito decoreba valorizando excessivamente detalhes.

Se isso acontecer, eu imagino que seja com ênfase na geografia do Brasil, que nas provas antigas era amplamente dominante no CACD. Uma revisão privilegiando detalhes do quadro natural, humano e econômico das regiões brasileiras é uma boa estratégia de proteção.

Outra aposta que os candidatos podem fazer é sobre geopolítica brasileira buscando alguma leitura de  geopolítica  tradicional. Eu sugiro a obra do Golbery do Couto e Silva denominada Geopolítica do Brasil.

No mais, é tentar não perder tempo abalado com as incertezas e não acreditar em fórmulas mágicas. O fundamental é ter uma autoavaliação e minorar os riscos tapando lacunas de conhecimento, até então não muito relevantes no CACD e que agora podem ser decisivos.

Se precisarem da gente nessa preparação, estamos prontos para tentar ajudar com nossa experiência que pode ser útil em momento de grande instabilidade.

 

* Texto especial do professor:

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