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O Mundo em 3 Minutos #16: A polêmica decisão dos EUA sobre Jerusalém

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Digníssimos e Digníssimas,

Nesta semana, uma notícia ganhou destaque em todos os veículos de comunicação do mundo: o presidente estadunidense, Donald J. Trump, anunciou que seu país reconhece Jerusalém como a capital de Israel, e também informou que pretende transferir para lá a embaixada norte-americana, que se encontra em Tel-Aviv atualmente. Apesar de gerar significativas consequências para a política externa dos Estados Unidos, analistas acreditam que tal decisão se baseia em assuntos políticos internos, uma vez que uma das propostas de campanha de Trump foi justamente a mudança da localização da representação norte-americana no Estado israelense.

Essa posição, todavia, pode agravar ainda mais o histórico conflito entre israelenses e palestinos, que se estende há setenta anos. Com a aprovação da Resolução 181, recomendando a Partilha da Palestina, pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947, determinou-se, além da criação de um Estado judeu e outro árabe, que Jerusalém ficasse sob um regime especial internacional. Entretanto, os árabes não aceitaram essa definição e, quando Israel declarou sua independência em 1948, foi iniciada a Guerra Árabe-Israelense. Ao término do confronto, Israel passou a controlar o território que lhe fora atribuído pela partilha, uma grande parte da área designada aos árabes, além da metade ocidental de Jerusalém.

Jerusalem Through Razor Wire

A Cidade Velha de Jerusalém, incluindo a Cúpula da Rocha e vários campanários da igreja, vistos através de bobinas de arame farpado, ilustrando a história da divisão e conflito da Terra Santa. (Foto: Agência EFE)

Duas décadas depois, com a eclosão da Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, territórios nos quais mais de um milhão de palestinos passaram a ser controlados por uma administração militar. Ainda nesse ano, as forças israelenses também ocuparam a porção oriental de Jerusalém (considerada pelos palestinos a capital de seu futuro Estado), que estava sob domínio da Jordânia até então, e a cidade passou a ser integralmente reivindicada por Israel como sua capital. A área chamada de “Grande Jerusalém” pelos judeus, onde moram cerca de 150 mil israelenses, consiste numa série de assentamentos erguidos em território palestino ocupado. Dessa forma, a política de ocupação da Cisjordânia tornou inviável a fundação de um Estado palestino.

Nos inúmeros esforços de negociação de paz entre árabes e israelenses, a situação de Jerusalém sempre apareceu como um dos assuntos mais delicados. Por esse motivo, diversos países e organizações internacionais, incluindo os que reconhecem a existência do Estado israelense, reprovaram a decisão de Trump. Após a ocorrência de inflamados protestos na região, com um deles resultando na morte de uma pessoa, os membros do Conselho de Segurança da ONU se reuniram para uma reunião de emergência hoje (08/12). Na ocasião, todos os demais integrantes do órgão condenaram a postura dos EUA, sinalizando que o país violou três resoluções do Conselho sobre o status de Jerusalém.

Diante de toda a complexidade de uma decisão extremamente polêmica em nível mundial, convocamos o mestre de Política Internacional Tanguy Baghdadi para fazer um breve panorama da situação e explicar os desdobramentos da postura controversa dos Estados Unidos para a região e toda a comunidade internacional. Assistam e fiquem por dentro!

Participação especial neste post:

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