Caríssimas e caríssimos,
Duas ações recentes realizadas pela Coreia do Norte têm causado grande agitação no cenário internacional nos últimos dias. A primeira foi o lançamento do míssil balístico, no dia 29 de agosto, que teria sobrevoado parte do território japonês até atingir o mar, a cerca de 1180 quilômetros da ilha de Hokkaido. Segundo a Agência de Notícias Central Norte-coreana (KCNA, na sigla em inglês) o líder do país, Kim Jong-un, informou que a atividade foi uma maneira de rechaçar os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e Estados Unidos na península coreana, e também uma oportunidade de testar a capacidade operacional de guerra do Exército norte-coreano.
A Coreia do Norte comunicou ainda que o inédito lançamento do projétil será o primeiro de muitos e que o Pacífico continuará sendo o alvo dos testes de seu programa armamentista, reiterando os planos de disparar mísseis que caiam em águas próximas à ilha de Guam, onde há duas bases militares dos Estados Unidos. Tal postura, com efeito, gerou reações desse país e da comunidade internacional como um todo. O presidente estadunidense, Donald Trump, sugeriu que a possibilidade de uma resposta militar não está descartada ao declarar que “todas as opções estão sobre a mesa”. Ademais, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para tratar do caso, e o secretário-geral da organização, António Guterres, emitiu um comunicado condenando o acontecimento.
Sessão do Conselho de Segurança dedicada à Coreia do Norte
A segunda ação da nação asiática que causou polêmica em âmbito mundial foi o teste de uma bomba atômica de hidrogênio realizado no último domingo. Estima-se que esse artefato seja o mais potente já produzido pela Coreia do Norte e que pode ser instalado em um míssil intercontinental. A partir desse evento, os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul, recrudesceram suas declarações em relação a Pyongyang e propuseram sanções mais severas a fim de isolar completamente o país de Kim Jong-un. Uma segunda reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada em regime de urgência, porém seus membros adotaram posturas diferentes: enquanto os EUA, a França e o Reino Unido concordaram em apresentar uma nova resolução com penalidades para ser submetida à votação, a China e a Rússia se mostraram mais inclinadas a uma saída diplomática, por meio de diálogo conjunto, para evitar o aumento da tensão bélica.
Novamente, o secretário-geral da ONU condenou a postura norte-coreana, afirmando que o teste nuclear foi mais uma violação grave das obrigações internacionais do país. António Guterres declarou que a ação da Coreia do Norte prejudicou os esforços internacionais de não proliferação e desarmamento e também é “profundamente desestabilizadora para a segurança regional”. Além disso, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, classificou a atividade como uma ação extremamente deplorável e uma negligência completa das repetidas exigências da comunidade internacional.
No vídeo a seguir, o caríssimo mestre de Política Internacional Tanguy Baghdadi aborda mais detalhes sobre a sucessão de acontecimentos que levaram à escalada da tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Vejam as explicações do professor e entendam melhor esse contexto, que tem gerado grandes preocupações de segurança internacional, não só no âmbito do continente asiático como também em todo o globo!
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